A Prefeitura de Caçapava recuou da compra de 9.400 ovos de Páscoa que seriam destinados a alunos da rede pública municipal. A licitação, orçada em até R$ 424.696,00, havia sido anunciada e gerado expectativa entre famílias e escolas. No entanto, o processo foi interrompido após repercussão negativa e contradições nos comunicados oficiais da gestão.
O prefeito Yan Lopes (Podemos) explicou, em vídeo publicado nas redes sociais, que o processo licitatório não seria concluído antes da Páscoa, inviabilizando a entrega no período. “Infelizmente, na prefeitura tudo é muito demorado e o processo para compra dos ovos se encerraria após a Páscoa”, afirmou.
Segundo o Portal da Transparência, a abertura das propostas estava prevista justamente para o feriado de 14 de abril, o que levantou dúvidas sobre a viabilidade da compra desde o início. A licitação previa três tipos de ovos: 9.250 unidades tradicionais de 250g, 50 diet e 100 sem lactose.
A gestão, por sua vez, alegou que a compra seria viabilizada com recursos economizados por meio da chamada “Operação Pão-Duro”, que consistiria na revisão de contratos e corte de desperdícios. Ainda assim, em nota oficial, a prefeitura chegou a declarar anteriormente que não havia “ata de registro de preço aberta” para aquisição dos ovos, o que posteriormente foi substituído por outra justificativa.
Promessa para 2026
Apesar da frustração neste ano, o prefeito prometeu que os ovos serão entregues no ano letivo de 2026. “Já para o ano que vem, o compromisso é fazer a compra dos ovos, entregar pelas escolas e fazer uma Páscoa alegre e diferenciada para cada criança aqui da cidade”, afirmou Lopes.
A resposta não convenceu parte da população. Pais de alunos reclamaram do descaso e da falta de planejamento, lembrando que, para muitas famílias, o ovo de Páscoa fornecido pela escola seria o único presente da data.
A oposição na Câmara Municipal já articula questionamentos formais sobre os critérios e prazos do edital, enquanto a população se pergunta: se o dinheiro havia sido economizado, por que não houve preparo para garantir o mínimo em uma data tão simbólica?
O caso se junta a outros episódios que começam a colocar em xeque a capacidade de gestão do atual governo municipal em publicar medidas de forma antecipada em redes sociais sem garantir a viabilidade técnica da finalização das ações propostas.
Da redação