Nesta terça-feira, 3 de dezembro, o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, anunciou a suspensão da Lei Marcial, decretada na noite anterior em meio a uma grave crise política. A medida, que gerou intensa reação de parlamentares e manifestações populares, foi revogada após uma reunião de emergência do gabinete presidencial.
A Lei Marcial havia sido implementada sob a justificativa de proteger o país contra “forças antiestatais” e ameaças à ordem democrática. Durante a madrugada, tropas foram mobilizadas para cercar a Assembleia Nacional, enquanto protestos se intensificavam em diversas cidades. A medida foi amplamente criticada por políticos de oposição e até por membros do partido governista, que a consideraram um exagero frente às circunstâncias.
Nas primeiras horas desta manhã, o Parlamento realizou uma votação extraordinária, com ampla maioria exigindo o fim da Lei Marcial. Diante da pressão, Yoon convocou uma reunião emergencial de seu gabinete, que oficializou a revogação. Em pronunciamento, o presidente defendeu sua decisão inicial, afirmando que havia agido “com firme vontade de salvar o país”, mas declarou que respeitaria a decisão do Parlamento.
“Implementei a Lei Marcial com o objetivo de proteger o Estado contra ameaças graves. Contudo, ao considerar a posição da Assembleia Nacional, decidi suspender a medida imediatamente. Apelo aos parlamentares para que evitem ações que possam paralisar as funções essenciais do governo”, declarou Yoon.
A comunidade internacional acompanhou os desdobramentos com preocupação. Os Estados Unidos, aliados estratégicos da Coreia do Sul, elogiaram a rápida solução do impasse e reforçaram a importância de estabilidade na região. Este é o primeiro caso de declaração de Lei Marcial no país desde 1980, revivendo memórias de períodos autoritários que muitos sul-coreanos esperavam ter superado.
Apesar da revogação, o episódio revelou tensões profundas entre governo e oposição, além de provocar um debate acalorado sobre os limites do poder presidencial em situações de crise. A mobilização popular e a resposta parlamentar demonstraram a força das instituições democráticas sul-coreanas, mesmo diante de ações controversas do Executivo.