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Ricardo Galvão: Vale do Paraíba pode ganhar um deputado federal

Com a ida do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para a Secretaria-Geral da Presidência da República, o físico e engenheiro Ricardo Magnus Osório Galvão deve assumir uma cadeira na Câmara dos Deputados. A posse de Galvão, que hoje é presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), amplia a representatividade do Vale do Paraíba no Congresso Nacional e fortalece a presença de São José dos Campos, polo estratégico da ciência e da inovação no Brasil.

Nascido em Itajubá (MG) em 21 de dezembro de 1947, Galvão tem 77 anos e construiu uma das carreiras mais respeitadas da ciência brasileira. Graduado em Engenharia de Telecomunicações pela Universidade Federal Fluminense, fez mestrado na Unicamp e doutorado em Física de Plasmas no MIT, sob orientação de Bruno Coppi. É professor titular do Instituto de Física da USP e membro da Academia Brasileira de Ciências.

Ao longo da trajetória, foi diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (2004–2011), presidente da Sociedade Brasileira de Física (2013–2016) e diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (2016–2019). No Inpe, em São José dos Campos, ganhou projeção nacional ao defender a veracidade dos dados sobre o desmatamento da Amazônia, contestando ataques do governo Jair Bolsonaro. A exoneração de Galvão, em agosto de 2019, transformou-o em símbolo da resistência contra o negacionismo científico.

Reconhecido internacionalmente, foi listado pela revista Nature como uma das dez personalidades mais importantes da ciência em 2019. Recebeu ainda o Prêmio da Liberdade e Responsabilidade Científica da Associação Americana para o Avanço da Ciência (2021), a Medalha Carneiro Felippe (2015), a Ordem Nacional do Mérito Científico e o Prêmio ICTP, entre outras distinções. Uma traça descoberta em 2021, Diptychophora galvani, foi batizada em sua homenagem.

Filiado à Rede Sustentabilidade desde 2022, Galvão disputou uma vaga de deputado federal por São Paulo nas últimas eleições, obtendo 40.365 votos e ficando como terceiro suplente da Federação PSOL-Rede. Sua posse, se confirmada, abre espaco para ciência e defesa da verdade ambiental no Parlamento.

À frente do CNPq desde janeiro de 2023, Galvão conduziu medidas importantes para recompor bolsas de pesquisa, reorganizar o orçamento e fortalecer programas estratégicos, como o Reator Multipropósito e o Programa Espacial Brasileiro. Sua atuação recolocou o debate científico no centro da política nacional.

Com a chegada à Câmara, o Vale do Paraíba, atualmente sem representação no Congresso, Milton Vieira (Republicanos-SP), único parlamentar eleito com domicílio eleitoral na RMVale está licenciado, passa a contar com um deputado que carrega a experiência de gestor, a credibilidade de cientista premiado e o compromisso histórico com São José dos Campos, cidade onde dirigiu o Inpe e cultivou vínculos profundos. A região, que já se orgulha de ser berço da indústria aeroespacial e de universidades de excelência, ganha agora uma voz no Congresso que traduz em ação política sua vocação científica.

 

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