Ricardo Cavalieri é eleito para a Academia Brasileira de Letras

O filólogo e escritor Ricardo Cavalieri foi eleito nesta quinta-feira, dia 27 de abril, novo imortal da Academia Brasileira de Letras, ocupando a Cadeira 8, vaga desde a morte da escritora Cleonice Berardinelli, em janeiro de 2023. Ele foi eleito com 35 votos, de 38 possíveis. Dos candidatos, Maurício de Sousa teve 2 votos e houve 1 voto em branco. 23 Acadêmicos votaram na urna eletrônica e 14 votaram por carta. A Cadeira 8 tem como fundador o professor e poeta Alberto de Oliveira, como patrono o advogado e poeta Cláudio Manuel da Costa, e teve como titulares o sociólogo e jurista Oliveira Viana, o professor, jornalista, cronista, Austregésilo de Athayde, o jornalista e romancista, Antonio Callado, o crítico literário Antônio Olinto, além de Cleonice Berardinelli.

O presidente da ABL, Merval Pereira, afirmou que a ABL está satisfeita com a eleição de Ricardo Cavalieri, pois ele é um dos maiores filólogos do Brasil atualmente, atrás apenas do Evanildo Bechara, que é um dos grandes imortais da Academia: “É importante que a ABL tenha filólogos porque um dos planos da casa é é no futuro fazer um dicionário da língua portuguesa”, destacou.

Ricardo Cavalieri afirmou que trata-se de uma vitória expressiva, o que significa dizer que seu projeto foi bem aceito:

“A Academia tem vários projetos na lexicografia, há um dicionário já em curso. A ABL é o interlocutor brasileiro em questões linguísticas. A minha ideia é continuar esse projeto e criar novos dentro da língua portuguesa”, ressaltou.

O CEO da Kocmoc New Future, responsável pela agência “Conversa de Bastidores”, Fabrício Correia, atual presidente da Academia Joseense de Letras saudou o novo imortal por meio de nota.

“Ricardo Cavalieri é um dos maiores filólogos brasileiros. Tenho certeza que vai colaborar de forma efetiva para os trabalhos da Academia Brasileira de Letras em prol da língua e cultura de nosso país.”

O Acadêmico eleito

Ricardo Cavaliere possui graduação em Letras (Português/Inglês) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ (1975), mestrado em Língua Portuguesa (Letras Vernáculas) pela UFRJ (1990), e doutorado em Língua Portuguesa (Letras Vernáculas), pela UFRJ (1997). Também possui graduação em Direito pela mesma universidade (1996). Fez estágio de pós-doutorado em História da Gramática no Brasil, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, sob supervisão do Acadêmico ocupante da Cadeira nº 33, professor e filólogo, Evanildo Bechara. Tem experiência na área de Letras e Linguística, com ênfase na descrição do português e na historiografia dos estudos linguísticos. Dentre suas obras, destacam-se: “Fonologia e morfologia na gramática científica brasileira” e “Pontos essenciais em fonética e fonologia”.

Atualmente é professor aposentado da Universidade Federal Fluminense, onde atua no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem. É membro da Academia Brasileira de Filologia, do Conselho Editorial da Editora Lexikon e da Editora Lucerna. Também é membro da Revista Todas as Letras e diretor da Revista Confluência. Também possui experiência como conselheiro no Real Gabinete Português de Leitura, que lhe conferiu o título de Grande Benemérito. Foi, ainda, conselheiro do Liceu Literário Português. É membro de diversas associações nacionais e internacionais em sua área de investigação, entre elas a Société de Linguistique Romane, a Henry Sweet Society for the History of Linguistic Ideas e a Associação Brasileira de Linguística. É autor de mais de uma centena de trabalhos acadêmicos em sua especialidade, entre eles “Palavras denotativas e termos afins: uma visão argumentativa” (2009) e “A gramática no Brasil: ideias, percursos e parâmetros” (2014). Dentre os prêmios obtidos, destacam-se a medalha do Mérito Filológico da Academia Brasileira de Filologia (2018) e o Prêmio Celso Cunha da União Brasileira de Escritores (2015).

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