Os Comitês de Bacias Hidrográficas de São Paulo receberam, nesta semana, o sinal verde para integrar-se ao IntegraBacias, programa concebido pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística que inaugura uma etapa mais articulada e abrangente no planejamento das águas no Estado. A iniciativa propõe unir, em uma mesma lógica de gestão, os Planos de Bacias e o Plano Estadual de Recursos Hídricos, criando conexões mais sólidas entre diagnóstico, investimento e tomada de decisão.
A proposta aposta na convergência entre diferentes instrumentos de planejamento e entre os múltiplos usos da água, garantindo que decisões locais dialoguem com prioridades regionais, estaduais e até federais. O objetivo é orientar ações estruturantes de longo prazo, reforçar o papel dos comitês como fóruns essenciais de participação social e consolidar uma agenda hídrica mais coerente entre territórios.
Durante a apresentação do programa ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos, no início de novembro, ficou evidente o esforço de integração institucional e a necessidade de alinhar políticas que impactam diretamente a segurança hídrica. Conselheiros destacaram que a política só avança quando construída com base em pactos amplos e na escuta qualificada dos atores locais.
O subsecretário de Recursos Hídricos e Saneamento Básico, Cristiano Kenji, enfatizou que o IntegraBacias recoloca os comitês no centro das decisões estratégicas. Para ele, integrar metodologias e territórios significa ampliar a capacidade de decidir bem, reduzir sobreposições e construir soluções duradouras. A contratação unificada dos estudos, disse, evita dispersão de recursos e garante que cada plano considere os impactos nas demais bacias, ampliando a eficiência geral do sistema.
O investimento previsto é de aproximadamente R$ 20 milhões, oriundos do Comitê Coordenador do Plano Estadual de Recursos Hídricos. A SP Águas ficará responsável pela execução das contratações com recursos do Fehidro, enquanto os comitês atuarão desde a fase de concepção dos produtos técnicos até sua validação.
Para formalizar a entrada no programa, cada colegiado deve aprovar a adesão em plenária e indicar representantes para acompanhar as etapas de trabalho. A expectativa é que o ciclo de integração avance já em dezembro, consolidando uma governança mais robusta.
Com a adesão dos comitês e o início dessa nova engenharia institucional, São Paulo prepara-se para fortalecer a gestão da água, ampliar a segurança do abastecimento e dar mais coerência às políticas públicas que moldarão o futuro dos recursos hídricos no Estado.

