A Justiça da Argentina decidiu manter, nesta terça-feira (10), a sentença que condena a ex-presidente Cristina Kirchner a seis anos de prisão por envolvimento em um esquema de corrupção em obras públicas. A decisão, tomada pela Suprema Corte, também torna Kirchner inelegível para funções públicas de forma permanente.

O processo, conhecido como caso “Vialidad”, investigou irregularidades em contratos de infraestrutura na região da Patagônia, que teriam beneficiado o empresário Lázaro Báez, figura próxima ao kirchnerismo. O tribunal rejeitou o último recurso apresentado pela defesa, consolidando a condenação determinada em 2022.

Cristina, que governou a Argentina entre 2007 e 2015 e foi vice-presidente até o fim de 2023, nega qualquer irregularidade e afirma ser alvo de perseguição política. A declaração foi feita poucos dias após ela anunciar a intenção de disputar uma vaga no Congresso nas eleições legislativas de setembro, em um reduto estratégico da província de Buenos Aires.

O veredito ocorre em meio a um cenário político polarizado, onde o movimento peronista, historicamente liderado por Kirchner, tenta se reorganizar como principal força de oposição ao governo ultraliberal de Javier Milei. A decisão da Corte pode ter efeitos decisivos no tabuleiro eleitoral argentino.

Ainda não está claro se Cristina cumprirá pena em regime domiciliar, o que será decidido por outra instância, considerando sua idade — 72 anos.