O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, reuniu-se com representantes da Fundação Padre Anchieta, responsável pela TV Cultura, para discutir alternativas de financiamento que reduzam a dependência da emissora de recursos públicos. O encontro, que contou com a presença da secretária de Cultura, Marilia Marton, e do presidente da fundação, José Roberto Maluf, foi descrito como uma tentativa de “reaproximação” após divergências recentes sobre o papel e a gestão financeira da TV Cultura.
Tarcísio destacou a importância de eficiência e responsabilidade na gestão dos recursos públicos, ressaltando que o orçamento estadual já teve um crescimento de cerca de 10% em 2024 em comparação ao ano anterior. O governador afirmou que, no momento, não há verba adicional disponível para a emissora e sugeriu que a TV Cultura busque novas fontes de receita, como parcerias com o setor privado e utilização de leis de incentivo à cultura.
Durante a reunião, Marton apontou a necessidade de um equilíbrio entre sustentabilidade financeira e preservação da identidade da emissora. Segundo ela, a TV Cultura deve “amadurecer” em relação à captação de recursos, mas evitar um volume excessivo de comerciais, diferindo-se das emissoras privadas e mantendo seu caráter educativo e cultural.
A ideia de buscar financiamento adicional para a TV Cultura, sem sobrecarregar o orçamento público, remonta a uma proposta antiga da gestão Mário Covas, que sugeriu um modelo semelhante ao da taxa voluntária britânica para financiar a BBC. A proposta permitiria que o público contribuísse voluntariamente para a manutenção da emissora, sem impor taxas obrigatórias, mantendo a liberdade de escolha.
A situação financeira da TV Cultura foi descrita com preocupação durante a reunião, especialmente após um contingenciamento anterior de quase R$ 13 milhões, já liberados pela gestão Tarcísio. A reunião concluiu com a perspectiva de que a TV Cultura desenvolva um plano de ação para ampliar suas fontes de renda, sem comprometer sua missão de oferecer conteúdo de qualidade e acessível.
A Secretaria de Cultura reiterou que o governo não está buscando interferir na gestão editorial da emissora, mas sim promover a sustentabilidade financeira em um momento de restrições orçamentárias.