Foto: Governo de São Paulo

Taubaté entra na rota da mobilidade paulista com fabricação dos trens da Linha 6-Laranja do metrô

Os novos trens da Linha 6-Laranja do metrô de São Paulo estão sendo fabricados em Taubaté, no interior do estado, e marcarão uma nova etapa na expansão da mobilidade urbana da capital. A cidade, tradicional polo industrial do Vale do Paraíba, abriga a planta da Alstom onde as composições estão sendo produzidas com tecnologia de ponta e padrão internacional.

O primeiro trem, finalizado neste mês, deixou a unidade fabril em carretas rumo à capital e foi apresentado na quinta-feira (10) no Pátio Morro Grande, na zona norte de São Paulo, onde passa por testes de operação. A entrega é um marco na integração entre interior e metrópole em um projeto que envolve inovação, sustentabilidade e geração de empregos em território paulista.

Ao todo, serão fabricadas 22 composições com seis carros cada, totalizando 132 vagões que circularão entre Brasilândia, na zona norte, e a estação São Joaquim, no centro da cidade. Os trens são feitos em aço inoxidável — mais leves e duráveis —, o que contribui para a redução do consumo de energia e menor desgaste dos componentes.

A fábrica de Taubaté, que já produziu trens para linhas de metrô e sistemas de transporte em outros países, foi escolhida para liderar essa etapa da Linha 6 por sua capacidade tecnológica e pela qualificação da mão de obra local. Desde 2024, engenheiros, técnicos e operadores atuam na montagem das composições, com parte dos testes sendo realizados diretamente na planta antes do envio à capital.

Além da robustez estrutural, os trens trazem sistemas de frenagem regenerativa, que reaproveitam a energia gerada durante a desaceleração e a redistribuem para outros trens em aceleração — mecanismo que pode responder por até 95% das frenagens da linha, reduzindo custos e impactos ambientais. O projeto recebeu o selo AST-Infra, que reconhece soluções sustentáveis em obras de infraestrutura.

Com operação totalmente automatizada, os trens não terão condutores. O controle será feito remotamente por sistemas de sinalização e gerenciamento centralizado. Os carros são climatizados, contam com câmeras de segurança e, pela primeira vez no metrô de São Paulo, possuem intercomunicadores acessíveis a cadeirantes.

A Linha 6, também conhecida como “linha das universidades”, atenderá diretamente sete instituições de ensino superior e quatro de forma indireta. A promessa é de reduzir o tempo de deslocamento entre as pontas do trajeto — hoje feito em cerca de 90 minutos por ônibus — para menos de 25 minutos.

O primeiro trecho, entre Brasilândia e Perdizes, deve entrar em operação em 2026. O segundo, de Perdizes até São Joaquim, está previsto para 2027. A escavação dos túneis foi concluída no início de 2025, e atualmente estão em curso as fases de implantação dos trilhos e testes dos sistemas.

 

WhatsApp
Facebook
Twitter