O Tribunal Constitucional da Romênia oficializou, nesta segunda-feira (2), os resultados do primeiro turno das eleições presidenciais. Após semanas de incerteza e a realização de uma recontagem, a decisão abre caminho para o confronto no segundo turno, marcado para o dia 8 de dezembro. A disputa acirrada entre os candidatos Călin Georgescu, representante de uma política de extrema-direita, e Elena Lasconi, de perfil reformista e pró-Ocidente, promete definir os rumos políticos do país.

A recontagem foi motivada pela liderança inesperada de Georgescu, que obteve um desempenho expressivo no primeiro turno. O candidato, conhecido por suas críticas à União Europeia e à OTAN, enfrenta resistência de setores democráticos e liberais da sociedade. Já Lasconi, prefeita e ex-jornalista, busca consolidar sua posição como uma voz progressista comprometida com a transparência e o alinhamento europeu.

O embate entre visões opostas

Călin Georgescu, de 62 anos, tem uma longa trajetória como especialista em questões ambientais, mas sua aproximação com discursos nacionalistas e conservadores atraiu atenção recentemente. Durante sua campanha, enfatizou a necessidade de reavaliar os laços da Romênia com o Ocidente e deu declarações controversas sobre temas históricos e políticos. Sua presença no segundo turno reflete o crescimento de correntes ultraconservadoras na Europa Oriental.

Por outro lado, Elena Lasconi, de 52 anos, é uma figura relativamente nova na política. Após uma carreira de destaque no jornalismo, Lasconi entrou na política em 2020 e rapidamente ganhou reconhecimento como prefeita de Câmpulung Muscel. Defensora de reformas institucionais e maior integração com a União Europeia, ela se apresenta como uma alternativa ao radicalismo, com foco em modernização e combate à corrupção.

Impactos na política romena

A disputa entre Georgescu e Lasconi vai além das diferenças pessoais. A eleição coloca em jogo o futuro da posição da Romênia na geopolítica europeia e suas relações com aliados estratégicos, como a Ucrânia e os Estados Unidos. Enquanto Georgescu defende maior independência em relação ao Ocidente, Lasconi se compromete a fortalecer parcerias já existentes.

O resultado do segundo turno será decisivo para determinar se o país seguirá no caminho de integração com as democracias ocidentais ou adotará uma postura mais nacionalista e isolacionista. Com um eleitorado polarizado, a Romênia vive um momento crítico de sua história recente, onde o voto de cada cidadão poderá moldar os próximos anos da nação.