O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (16) um bloqueio classificado por ele como “total e completo” contra navios petroleiros venezuelanos que estejam sob sanções americanas. A decisão amplia o cerco econômico e militar à Venezuela e marca um novo capítulo de escalada nas relações entre os dois países.
Em declaração pública, Trump afirmou que o território venezuelano estaria cercado por forças militares dos EUA e chegou a dizer que se trata do maior aparato armado já reunido na história da América do Sul. Segundo ele, a presença militar na região ainda pode ser ampliada, caso o governo americano considere necessário.
Além do bloqueio naval, Trump passou a classificar o governo do presidente Nicolás Maduro como uma “organização terrorista estrangeira”. O mandatário americano justificou a medida acusando Caracas de utilizar receitas do petróleo para financiar atividades ilegais, como tráfico de drogas, terrorismo, contrabando, tráfico de pessoas, assassinatos e sequestros.
O anúncio ocorre em meio a operações militares dos EUA no Caribe. Nos últimos meses, forças americanas interceptaram embarcações consideradas suspeitas na região, ações que Washington apresenta oficialmente como parte do combate ao narcotráfico. Trump, no entanto, tem reiterado que ofensivas diretas em território venezuelano podem ocorrer em breve.
A decisão formaliza uma situação que, na prática, já vinha sendo aplicada. Uma semana antes do anúncio, autoridades americanas apreenderam um petroleiro próximo à costa da Venezuela. Desde então, navios carregados com milhões de barris de petróleo passaram a permanecer em águas venezuelanas para evitar o risco de confisco.
O impacto da medida foi imediato no mercado internacional. Contratos futuros de petróleo registraram alta expressiva nas negociações, refletindo a preocupação dos investidores com possíveis interrupções no fornecimento da commodity.
Até o momento do anúncio, o governo venezuelano não havia respondido oficialmente aos questionamentos da imprensa internacional. Posteriormente, Maduro declarou que os Estados Unidos buscam controlar as riquezas naturais do país. Em discurso, afirmou que o “imperialismo” pretende colonizar a Venezuela e garantiu que o governo irá “defender a pátria incondicionalmente”.
Mais cedo, Caracas levou o caso ao Conselho de Segurança da ONU, denunciando o que chamou de “roubo” do petroleiro apreendido. Enquanto Washington sustenta que o navio fazia parte de uma rede ilegal de envio de petróleo que financiaria organizações terroristas estrangeiras, a Venezuela classificou a ação como um ato de “pirataria naval”.
Ainda não está claro como o bloqueio será aplicado na prática, nem se os EUA utilizarão a Guarda Costeira ou forças militares para interceptar embarcações em alto-mar. O que já se sabe é que a decisão aprofunda a crise diplomática e eleva o nível de tensão geopolítica no Caribe e na América do Sul.

