O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, foi sentenciado nesta sexta-feira (10) em um caso envolvendo o pagamento de suborno a uma atriz pornô, marcando um momento histórico na política norte-americana. Apesar da condenação criminal, Trump não enfrentará prisão, multa ou qualquer outra forma de penalidade, recebendo uma sentença de “dispensa incondicional”.
A decisão, proferida pelo juiz Juan Merchan em Nova York, ocorre apenas dez dias antes da posse de Trump para um segundo mandato como presidente dos EUA. Este episódio consolida sua posição como o primeiro presidente na história do país a assumir o cargo com uma condenação criminal.
Trump, que se declarou inocente durante todo o processo, reafirmou sua intenção de recorrer do veredito. Durante a audiência, ele apareceu remotamente ao lado de seu advogado, com bandeiras americanas ao fundo, e permaneceu impassível ao ouvir a sentença.
A “dispensa incondicional” significa que, embora o tribunal tenha considerado Trump culpado, ele não será obrigado a cumprir pena de prisão, liberdade condicional ou qualquer tipo de multa. Especialistas jurídicos destacam que esta decisão, incomum em casos de suborno, pode gerar controvérsia e abrir precedentes na política e no sistema judiciário dos Estados Unidos.
A condenação refere-se a alegações de que Trump teria usado fundos pessoais para silenciar a atriz pornô sobre um caso extraconjugal, o que teria ocorrido antes de sua eleição em 2016. Embora a sentença não tenha impacto direto sobre sua posse, o episódio adiciona mais uma camada de tensão ao cenário político norte-americano.
O caso reacendeu debates sobre ética, abuso de poder e os limites entre política e justiça. Trump, por sua vez, classificou o processo como uma “caça às bruxas” e afirmou que seguirá adiante com sua agenda para “fazer a América grande novamente” ao assumir o comando do país pela segunda vez.
A leitura da sentença ocorre em um contexto já polarizado, com manifestantes pró e contra Trump reunidos em frente ao tribunal. Enquanto seus apoiadores celebram o que chamam de “vitória da resistência contra o sistema”, críticos veem a sentença como insuficiente, afirmando que ela enfraquece a confiança no judiciário.
Trump deve assumir a presidência no dia 20 de janeiro, enquanto a apelação do caso segue em tramitação nos tribunais superiores.