Donald Trump afirmou nesta segunda-feira, em sua rede Truth Social, ter tido uma “boa conversa” com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O telefonema, segundo o republicano, tratou de temas econômicos e comerciais, e marcou o que ele descreveu como um novo momento entre Washington e Brasília. “Falamos de muitas coisas, gostei muito da conversa — nossos países vão se dar muito bem juntos”, escreveu o líder americano.
De acordo com fontes diplomáticas, assuntos políticos — como a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro ou decisões do Supremo Tribunal Federal — ficaram fora da pauta. A diplomacia brasileira observou que o gesto tem peso simbólico, já que Trump impôs sanções e tarifas ao Brasil nos últimos meses, incluindo restrições a autoridades do Judiciário.
Durante a ligação, o americano afirmou esperar “estar junto de Lula em breve, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos”. Ele foi novamente convidado para participar da COP30, em novembro, em Belém, e o brasileiro mencionou um possível encontro entre ambos ainda em outubro, na Malásia.
O Planalto destacou que Lula “recebeu” a ligação — termo que, na linguagem diplomática, indica que a iniciativa partiu do governo americano. A conversa, feita por telefone tradicional e não por vídeo, durou cerca de trinta minutos e foi classificada por ambas as chancelarias como “cordial” e “positiva”.
Trump nomeou o secretário de Estado, Marco Rubio, como seu principal interlocutor para futuras negociações com o Brasil — escolha considerada natural, mas que desperta atenção por sua proximidade com setores alinhados ao bolsonarismo.
O Departamento de Estado orientou que novas informações sobre o diálogo sejam obtidas junto à Casa Branca, que ainda não se pronunciou oficialmente, alegando atrasos administrativos por conta do shutdown em vigor no país.