Em uma disputa acirrada que chamou a atenção de todo o país, a juíza democrata Susan Crawford conquistou uma vaga no Supremo Tribunal de Wisconsin, derrotando o republicano Brad Schimel, apoiado por Elon Musk e alinhado a Donald Trump. A eleição foi marcada não apenas pelo resultado, mas pela quantidade de dinheiro envolvido — estima-se que cerca de 80 milhões de dólares tenham sido gastos, dos quais 20 milhões partiram diretamente de Musk e de seus grupos de apoio.
O resultado foi interpretado como um recado claro da população contra tentativas de interferência bilionária no processo democrático. Crawford declarou em seu discurso de vitória que o resultado representa uma resposta firme a um “ataque sem precedentes à democracia” e defendeu que “a justiça não tem preço”.
Segundo relatos, Musk teria repetido no estado de Wisconsin estratégias semelhantes às que usou nas eleições presidenciais, oferecendo recompensas financeiras para eleitores e apoiadores, o que levantou duras críticas. A eleitora Jeannine Ramsey, de 65 anos, classificou a atuação do empresário como “vergonhosa”, destacando a indignação popular com o suposto esforço para “comprar votos”.
Apesar da derrota, Schimel reconheceu o resultado e pediu respeito ao processo democrático quando seus apoiadores começaram a vaiar Crawford. Já Musk reagiu com acusações, dizendo que “a esquerda tenta corromper o sistema judiciário”.
A vitória de Crawford mantém a maioria progressista de quatro a três no Supremo Tribunal de Wisconsin — uma configuração considerada decisiva para decisões futuras sobre temas centrais como o aborto.